quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Surpresa - por Julia Arenzano

         Por volta de meus 16 anos decidi que queria tocar piano. Foi uma decisão meio repentina, do dia pra noite, mais decidi que precisava aprender. Comecei a fazer aulas particulares que eram na casa da própria professora, pois eu não tinha um piano. Eu só tocava quando ia até lá, porque quem toca um pouquinho de piano sabe que é impossível estudar em um teclado: a diferença é muito grande. Faziam dois anos que eu já fazia as aulas e ficava cada vez mais difícil pra mim, porque eu queria tocar mas não podia ser quando dava vontade. Então comecei a listar pra minha família os benefícios de se comprar um piano, e coisas do gênero; nas refeições eu só falava disso; qualquer assunto era motivo pra eu comentar sobre como um piano fazia falta em minha casa. Porém minha família nunca tinha me visto tocar, pois as aulas eram no período da tarde e raramente alguém podia ir assistir. Sendo assim, ninguém confiava muito que eu conseguia tocar alguma coisa. Mas há dois anos atrás, acordei em um sábado e minha mãe fez questão que eu fosse com ela no supermercado. Então sem discutir muito eu fui. Ficamos lá muito tempo, minha mãe sempre lembrava de uma coisa a mais pra comprar e não terminávamos nunca. Após todo esse tempo, voltamos pra casa. Desci do carro, e fui entrando normalmente e quando me virei na sala, lá estava ele, encostadinho na parede, brilhando. Era o meu piano. Essa surpresa foi uma sensação maravilhosa. A primeira vez que o vi na minha casa, eu entrei em choque, fiquei sem reação, estática. Foi algo único e que nunca vou esquecer.

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